3.4.12

A CACHOEIRA DO CARLINHOS

THEÓFILO SILVA


Corre um boato em Brasília que tem gente que “caiu na cachaça”, na cidade, que está tomando porres – de Scotch Blue Label, claro – fazendo festa, comemorando. O motivo seria a desgraça do Catão de Goiás, o implacável caçador de corruptos, senador Demóstenes Torres. Eles estariam eufóricos, porque o homem que os apontou, quando da operação Caixa de Pandora, aquela que afastou todo o governo do Distrito Federal, está provando do mesmo remédio que lhes ministrou, e é agora vítima da Operação Monte Carlo da polícia federal.


Os exultantes farristas seriam, entre muitos outros, o ex-governador de Brasília José Roberto Arruda e sua quadrilha. Desculpem, turma, aquela mesma que perdeu os cargos públicos e passou boas semanas no Presídio da Papuda – belo nome para um presídio. Dizem que tem corrupto chorando de emoção, abraçando a família, mandando rezar missas, pagando promessas, até soltando fogos, por se sentir vingado, vendo o colega de partido, que não teve condescendência com eles, ser acusado de crimes mais graves do que o deles. “Nada como um dia atrás do outro”, estão dizendo os ex-deputados expulsos do DEM pela pronta ação de Demóstenes na executiva do Partido. Vemos que nem toda desgraça produz somente dor. A euforia das vítimas do Savonarola do Senado é uma prova de que a vingança é mesmo um prato servido frio! Em sua cruzada ética pelo país, qualquer homem público acusado pela imprensa, polícia, promotoria, tinha em Demóstenes, o senador promotor, um rápido julgamento.


Vamos esquecer Demóstenes um pouco, e falar do seu querido amigo e professor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Shakespeare diz em uma de suas peças que: “O dinheiro é o melhor soldado, quando ele vai à frente todas as portas se abrem!”. Cachoeira seguia essa premissa, pois saiu derramando dinheiro pra tudo quanto é lado.


Será que o apelido Cachoeira é porque ele faz o dinheiro jorrar facilmente para as mãos de seus amigos: Demóstenes, Valdomiro, Leréia e outros? O Jornal Nacional mostrou um vídeo em que Cachoeira comenta que despejou três milhões de reais nos baldes do senador. E é só o começo, a polícia federal calcula que o montante chega a cinquenta milhões de reais!


Cachoeira conseguiu derramar seu dinheiro na Secretaria de Segurança Pública de Goiás, onde teria mais de 250 pessoas nomeadas, e outros servidores públicos trabalhando para ele, dentro da polícia federal, ministério público, poder judiciário, e por aí vai. Vários deles estão presos. Como água, que entra em todo canto, Cachoeira espalhou-se por dentro do Estado, minando as instituições públicas. Para acumular esse dinheiro, e comprar essas autoridades todas, Cachoeira explorava os jogos caça-níqueis por todo o estado de Goiás e entorno de Brasília. Para isso, contava com apoio do senador mais respeitado da República, o procurador de justiça Demóstenes Torres.


O fato é que, a Cachoeira do Carlinhos inundou o Estado, derramando dinheiro sobre todos aqueles que facilitavam seus crimes. Sem concorrentes, controlando um negócio ilícito, de lucro fácil, o contraventor podia comprar qualquer um. Um dos outros envolvidos por Cachoeira estaria o poderoso editor da revista Veja, Policarpo Júnior, que falou com Cachoeira mais de duzentas vezes por telefone. Se você compra a imprensa e as autoridades públicas, o que mais falta para ser o dono do Estado?


O grande problema do Cachoeira é que, numa Cachoeira quanto mais água ela jorra, mais incontrolável ela fica, então, do mesmo jeito que ela pode banhar os seres que vivem em torno dela, também pode afogá-los. De certa forma, foi isso que aconteceu com essa turma toda, a Cachoeira que os engordou, acabou por afogá-los! Tem tanta gente afogada nessa história, que ainda não deu tempo de ver os corpos! Eles vão começar a aparecer agora! Demóstenes é o primeiro deles.


Theófilo Silva é articulista colaborador da Rádio do Moreno.

25.7.10

É com que sastifação, manifesto a cermenéutica na pretuberância das efervecências securitárias, que catilinam a nexacerbácea para enoblefar a dianocésia purifitosa das lotariotas.
Qüi? Qüi?
E disse o bem. Qüem, qüem de vós aquilongar a fasfaginérica da periferia básica para estruturar o caldeamento dos equilonáceo expurificados.

9.1.09

Ressuscitando posts passados

.:: Compare a frieza, a serenidade e a impassividade das expressões inglesas com o objetivo linguajar brasileiro para situações idênticas!

- I'm not absolutely certain that this will be possible.
- Nem fodendo.


- Great! Awesome! Terrific!
- Puta que pariu!


- Of course I'm not concerned by this turn of events.
- To cagando e andando pra isso.


- Unfortunately I wasn't involved in this project.
- Mas que porra eu tenho a ver com esta merda?


- It's going to be tough to work out these last few glitches.
- Nao vai dar nem a pau.


- We really need to work on our internal communication.
- Puta merda! Viado nenhum me fala porra nenhuma.


- He isn't completely up to speed on this.
- O cara é um bosta.


- They weren't completely happy with the way this whole thing turned out.
- Bando de filhos da puta!


- I'm not sure I'm going to be of much help to you on this.
- Foda-se! Se vira!


- I truly welcome challenge.
- Ô trabalhinho de corno!


- We really need to develop better training programs.
- Ah! se eu pego o filho-da-puta que fez essa cagada!


- Our key productivity measures are biased to the downside.
- Esta merda tá indo pro caralho.


- This project is going to underdeliver our expectations.
- Agora fodeu de vez.


- I'm sorry, I probably should have warned you.
- Eu sabia que ia dar merda.


- The trading environment has deteriorated somewhat.
- Vai sair cagada de novo.


- Before switching on the new equipment, proper training must be given.
- Vou dar porrada no viado que puser a mao nesta merda.


- We really need to drive productivity.
- Ô cambada de vagabundos que nao quer porra nenhuma com o batente.

18.12.08

Testamento e Arrebatamento

Os livros bíblicos, tanto os do AT quanto os do NT, não trazem, com raras exceções, como o Eclesiástico, a assinatura de seu autor. Mas os livros apocalípticos são assinados. Só que também não com os nomes de seus autores e sim com o nome de um personagem importante do passado que, em geral, é a figura central do livro. Este é um recurso literário conhecido como pseudonímia. A pseudonímia é o uso de um "nome falso", processo através do qual antigos heróis da história israelita intervêm no momento presente, o momento vivido pelo escritor. Deste modo, Henoc, Salomão, Moisés, Baruc, Esdras, Jó, Adão, Abraão, Elias, Isaías e tantos outros aparecem como autores e personagens centrais de livros escritos entre 200 a.C. e 100 d.C.

Em o NT, com exceção de sete cartas comprovadamente autênticas de Paulo (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, 1 Tessalonicenses, Filipenses e Filêmon), os "autores", como Mateus, João, Lucas etc são atribuições posteriores da tradição. "Assim, o primeiro evangelho canônico não deveria chamar-se Evangelho de Mateus (designação essa que lhe foi dada a posteriori, por critérios extrínsecos aos da redação propriamente dita), mas 'Livro da origem de Jesus Cristo' (de suas primeiras palavras: Bíblos genéseos Iesou Christou); e a última obra da Bíblia cristã, o Apocalipse de João, deveria chamar-se: 'Revelação de Jesus Cristo' (conforme suas primeiras palavras: Apokálypsis Iesou Christou).

fonte

13.12.08

Samarica Parteira

- Oi sertão!
- Ooi!
- Sertão d' Capitão Barbino! Sertão dos caba valente...
- Tá falando com ele!...
- ...e dos caba frouxo também.
-...já num tô dento.
- Há, há, há... [risos]
- sertão das mulhé bonita...
– ôoopa
- ...e dos caba fei' também ha, ha
- ...há, há, há... [risos]

- Lula!
- Pronto patrão.
- Monte na bestinha melada e risque. Vá ligeiro buscar Samarica parteira que Juvita já tá com dô de menino.

Ah, menino! Quando eu já ia riscando, Capitão Barbino ainda deu a última instrução:
- Olha, Lula, vou cuspi no chão, hein?! Tu tem que vortá antes do cuspe secá!
Foi a maior carreira que eu dei na minha vida. A eguinha tava miada.

Piriri piriri piriri piriri piriri piriri piriri
uma cancela: nheeeiim ... pá...
Piriri piriri piriri piriri piriri piriri
outra cancela: nheeeiim... pá!
Piriri piriri piriri pir... êpa !
Cancela como o diabo nesse sertão: nheeeiim... pá!
Piriri piriri piriri piriri
Um lajedo: patatac patatac patatac patatac patatac . Saí por fora !
Piriri piriri piriri piriri piriri piriri piriri piriri
Uma lagoa, lagoão: bluu bluu, oi oi, kik' k' - a saparia tava cantando.

Aha! Ah menino! Na velocidade que eu vinha essa égua deu uma freada tão danada na beirada dessa lagoa, minha cabeça foi junto com a dela!... e o sapo gritou lá de dentro d'água:
- ói, ói, ói ele agora quaje cai!

... Sapequei a espora pro suvaco no vazi' dessa égua, ela se jogou n'água parecia uma jangada cearense: [bluu bluu, oi oi, kik' k'] Tchi, tchi, tchi.
Saí por fora.

Piriri piriri piriri piriri piriri piriri piriri
Outra cancela: nheeeiim... pá!
piriri piriri piriri piriri piriri piriri

Um rancho, rancho de pobe...
- Au au!
Cachorro de pobe, cachorro de pobe late fino...
- Tá me estranhan'o cruvina?
Era cruvina mermo. Balançô o rabo. Não sei porque cachorro de pobe tem sempre nome de peixe: é cruvina, traíra, piaba, matrinxã, baleia, piranha.
Há! Maguinho mas caçadozinh' como o diabo!
Cachorro de rico é gooordo, num caça nada, rabo grosso, só vive dormindo. Há há ... num presta prá nada, só presta prá bufar, agora o nome é bonito: é white, flike, rex, whiski, jumm.
Há! Cachorro de pobe é ximbica!

- Samarica, ooooh, Samarica parteeeeira!

Qual o quê, aquelas hora no sertão, meu fi', só responde s'a gente dê o prefixo:
- Louvado seja nosso senhor J'us Cristo!
- Para sempre seja Deus louvado.

- Samarica, é Lula... Capitão Barbino mandou vê a senhora que Dona Juvita já tá com dô de menino.
- Essas hora, Lula?
- Nesse instante, Capitão Barbino cuspiu no chão, eu tem que vortá antes do cuspe secá.

Peguei o cavalo véi de Samarica que comia no murturo ? Todo cavalo de parteira é danado prá comer no murturo, não sei porque. Botei a cela no lombo desse cavalo e acochei a cia peguei a véia joguei em riba, quase que ela imbica p'outa banda.

- Vamos s'imbora Samarica que eu tô avexado!
- Vamo fazê um negócio Lula? Meu cavalin' é mago, sua eguinha é gorda, eu vou na frente.
- Que é que há Samarica, prá gente num chegá hoje? Já viu cavalo andar na frente de égua, Samarica? Vamo s'imbora que eu tô avexado!!

Piriri tic tic piriri tic tic piriri tic tic
nheeeiim... pá!
Piriri tic tic piriri tic tic
bluu oi oi bluu oi, uu, uu

- ói, ói, ói ele já voltoooou!

Saí por fora.

Piriri tic tic piriri tic tic piriri tic tic piriri tic tic
Patateco teco teco, patateco teco teco, patateco teco teco

Saí por fora da pedreira

Piriri piriri tic tic piriri tic tic
nheeeiim... pá !
Piriri tic tic piriri tic tic piriri tic tic
nheeeiim... pá !
Piriri tic tic piriri tic tic piriri tic tic
nheeeiim... pá!
Piriri piriri tic tic piriri tic tic

- Uu uu.

- Tá me estranhando, Nero? Capitão Barbino, Samarica chegou.

- Samarica chegou!!

Samarica sartou do cavalo véi embaixo, cumprimentou o Capitão, entrou prá camarinha, vestiu o vestido verde e amerelo, padrão nacioná, amarrou a cabeça c'um pano e foi dando as instrução:

- Acende um incenso. Boa noite, D. Juvita.
- Ai, Samarica, que dô !
- É assim mermo, minha fi'a, aproveite a dô. Chama as muié dessa casa, p'a rezá a oração de São Reimundo, que esse cristão vem ao mundo nesse instante. B'a noite, cumade Tota.
- B'a noite, Samarica.
- B'a noite, cumade Gerolina.
- B'a noite, Samarica.
- B'a noite, cumade Toinha.
- B'a noite, Samarica.
- B'a noite, cumade Zefa.
- B'a noite, Samarica.
- Vosmecês sabe a oração de São Reimundo?
- Nós sabe.
- Ah Sabe, né? Pois vão rezando aí, já viu??

[vozes rezando]

- Capitão Barbiiino! Capitão Barbino tem fumo de Arapiraca? Me dê uma capinha pr' ela mastigar. Pegue D. Juvita, mastigue essa capinha de fumo e não se incomode. É do bom! Aguenta nas oração, muié! [vozes rezando] Mastiga o fumo, D. Juvita... Capitão Barbino, tem cibola do Cabrobró?
- Ai Samarica! Cebola não, que eu espirro.
- Pois é prá espirrar mesmo minha fi'a, ajuda.
- Ui.
- Aproveite a dor, minha fi'a. Aguenta nas oração, muié. [vozes rezando] Mastigue o fumo D. Juvita.
- Capitão Barbiiino, bote uma faca fria na ponta do dedão do pé dela, bote. Mastigue o fumo, D. Juvita. Aguenta nas oração, muié. [vozes rezando alto].
- Ai Samarica, se eu soubesse que era assim, eu num tinha casado com o diabo desse véi macho.
- Pois é assim merm' minha fi'a, vosmecê casou com o vein' pensando que ela num era de nada? Agora cumpra seu dever, minha fi'a. Desde que o mundo é muundo, que a muié tem que passar por esse pedacinh'. Ai, que saudade! Aguenta nas oração, muié! [vozes rezando alto].Mastigue o fumo, D. Juvita.
- Ai, que dô!
- Aproveite a dô, minha fi'a. Dê uma garrafa pr' ela soprá, dê. Ô, muié, hein? Essa é a oração de S. Reimundo, mermo?
- É..é [muitas vozes].
- Vosmecês num sabe outra oração?
- Nós num sabe... [muitas vozes].
- Uma oração mais forte que essa, vocês num têm?
- Tem não, tem não, essa é boa [muitas vozes]
- Pois deixe comigo, deixe comigo, eu vou rezar uma oração aqui, que se ele num nascer, ele num tá nem cum diabo de num nascer: "Sant' Antoin pequenino, mansadô de burro brabo, fazei nascer esse menino, com mil e seiscentos diabo!"
[choro de criança]

- Nasceu e é menino homem!
- E é macho!
- Ah, se é menino homem, olha se é? Venha vê os documento dele! E essa voz!

Capitão Barbino foi lá detrás da porta, pegou o bacamarte que tava guardado a mais de 8 dia, chegou no terreiro, destambocou no oco do mundo, deu um tiro tão danado, que lascou o cano. Samarica dixe:

- Lascou, Capitão?
- Lascou, Samarica. É mas em redor de 7 légua, não tem fi' duma égua que num tenha escutado. Prepare aí a meladinha, ah, prepare a meladinha, que o nome do menino... é Bastião.

fonte

21.9.08

Lei Seca

Cientistas japoneses garantem que espremer um pouco de suco de limão dentro da vagina antes do sexo, pode matar os espermatozóides, tornando-se um contraceptivo barato e simples.
Assim, como somos brasileiros, juntando o útil ao agradável, adicione um pouco de açúcar, gelo e pinga na hora da relação sexual e, usando o pênis como socador, você terá um novo tipo de caipirinha: A caipixota, caipireca ou caipiceta. Os mais refinados dão-lhe o nome de caipigina e se utilizam de canudinho.
Agora muita atenção...

Se chupar, não dirija!

6.9.08

AS ROSAS DO CUME

Laurindo Rabelo:


No cume da minha serra

Eu plantei uma roseira,

Quanto mais as rosas brotam

Tanto mais o cume cheira.


À tarde, quando o sol posto,

E o vento o cume adeja,

Vem travessa borboleta,

E as rosas do cume beija.


No tempo das invernadas,

Que as plantas do cume lavam,

Quanto mais molhadas eram

Tanto mais no cume davam


Mas se as águas vêm correntes,

E o sujo do cume limpam,

Os botões do cume abrem,

As rosas do cume grimpam.


Tenho pois certeza agora

Que no tempo de tal rega,

Arbusto por mais cheiroso

Plantado no cume pega.


Ah! Porém o sol brilhante

Seca logo a catadupa;

O calor que a terra abrasa

As águas do cume chupa!