2.12.05

Millôr, sempre Millôr

Palavras, palavras, palavras

Bode expiatório, ninguém ignora, é a designação de pessoa sobre a qual recaem todas as culpas, tenha-as (!) ou não. Uma vez rotulada assim, a pessoa passa a viver a síndrome de "Um cão danado, todos a ele". Remember Collor.

A explicação está no Levítico: no Dia da Reconciliação o sacerdote lançava a sorte sobre dois bodes, um "pra Jeová", outro "pra Azazel". O bode de Jeová era sacrificado e seu sangue borrifado sobre os fiéis, como mercê.

Sobre o outro bode o sacerdote lançava todos os pecados da tribo. Logo uma pessoa especialmente escolhida levava o bode pro deserto e o soltava ali.

Porisso mesmo, esse animal-símbolo também é chamado de Bode Escapatório (*) porque muita gente tinha interesse em pegá-lo depois pruma boa cabritada.

O que poucos sabem é que existe também a expressâo "Bode exultório", referente a pessoa acima do bem e do mal, de quem se perdoa tudo, e a quem se permite qualquer coisa, como, por exemplo, até atropelar e matar pessoas desde que, de vez em quando, chute uma bola no meio de três pedaços de pau para delírio de uma multidão, mais conhecida como galera..

(*) Palavra puxa palavra; escapar, sair do perigo, vem mesmo de "deixar a capa" (quando a pessoa era agarrada pelo inimigo).

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