6.9.08

AS ROSAS DO CUME

Laurindo Rabelo:


No cume da minha serra

Eu plantei uma roseira,

Quanto mais as rosas brotam

Tanto mais o cume cheira.


À tarde, quando o sol posto,

E o vento o cume adeja,

Vem travessa borboleta,

E as rosas do cume beija.


No tempo das invernadas,

Que as plantas do cume lavam,

Quanto mais molhadas eram

Tanto mais no cume davam


Mas se as águas vêm correntes,

E o sujo do cume limpam,

Os botões do cume abrem,

As rosas do cume grimpam.


Tenho pois certeza agora

Que no tempo de tal rega,

Arbusto por mais cheiroso

Plantado no cume pega.


Ah! Porém o sol brilhante

Seca logo a catadupa;

O calor que a terra abrasa

As águas do cume chupa!

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