27.2.06

Sou chicleteiro

Se você é chicleteiro, deus te abençoe. Se você não é, deus te perdoe!

15.2.06

Poesia mineira

Vô contá como é triste, vê a veíce chegá,

Vê os cabêlo caíno, vê as vista encurtá.

Vê as perna trumbicano, com priguiça de andá.

Vê "aquilo" esmoreceno, sem força prá levantá.


As carne vão sumino, vai parecêno as vêia.

As vista diminuíno e cresceno a sombrancêia.

As coisa vão encurtano, vão aumentano as orêia.

Os ôvo dipindurano e diminuíno a pêia.


A veíce é uma doença que dá em todo cristão:

dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.

Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão.

Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.


Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece:

vai passano pelas rua e as menina se oferece.

A gente óia tudo, benza Deus e agradece,

correno ligeiro prá casa, procurano o INSS.


No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava

Eu tinha mir namorada, tudo de bão me sobrava.

As menina mais bonita, da cidade eu bolinava.

Eu fazia todo dia, inté o bichim desbotava.


Mais tudo isso passô, fais tempo ficô prá tráis

as coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz.

O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz.

Prá falá memo a verdade, nem trepá eu trepo mais.


Quando chega os setenta, tudo no mundo embaraça.

Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beja e abraça,

porém só faiz duas coisa: solta peido e acha graça .

13.2.06

Soneto

Abade de Jazente

Cagando estava a dama mais formosa,
E nunca se viu cu de tanta alvura;
Mas ver cagar, contudo a formosura
Mete nojo à vontade mais gulosa!

Ela a massa expulsou fedentinosa
Com algum custo, porque estava dura:
Uma carta de amores de alimpadura
Serviu àquela parte mal cheirosa:

Ora mandem à moça mais bonita
Um escrito de amor que, lisonjeiro,
Afetos move, corações incita:

Para o ir servir de reposteiro
À porta onde o fedor e a trampa habita,
Do sombrio palácio do alcatreiro!

4.2.06

A piscadela da diaba

[ Oswaldo Martins]

1

em termos chulos, carmila,
eu lhe diria depois um foda-se
mas querer sentir o caralho
entre tuas coxas
me faz calar a boca

2

quem ávido a cona encaralha,
não conhece as manhas
da arte

os óleos santos que umedecem
preparam as frestas, os cheiros,
e o volume da pica

para essas bocas chupadoras
que lambuzam e viciam
o rego

onde

na ante sala da foda
se dedicam os mestres
trepadores.

3

na sua boca
carnuda
a língua além
desencadeava

licores

e da sua xoxota
molhada

que a perna
de joelhos
sustentava

escorriam prazer
e baba

4

tua bunda sobre
os calcanhares
sentada

é como uma taça
emborcada

onde bebo
deitado